Mercado financeiro começou 2025 com instabilidade acentuada
O mercado financeiro começou 2025 com instabilidade acentuada. Após um breve período de trégua, o dólar voltou a subir, refletindo o aumento das tensões no cenário internacional. Já a bolsa de valores brasileira encerrou a segunda-feira (3) com queda significativa, voltando a registrar níveis inferiores ao observado nos últimos meses de 2024.
O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 6,18, uma valorização de 0,38%. Durante toda a sessão, a moeda norte-americana manteve trajetória de alta, intensificando os ganhos no final do pregão. No acumulado de janeiro, a divisa já aponta tendência de valorização, pressionada pelo ambiente externo.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, recuou 1,4%, encerrando aos 118.400 pontos. A retração foi impulsionada pela queda nos preços das commodities e pela redução no apetite por risco dos investidores globais.
Cenário internacional: Recessão e incertezas
Entre os principais fatores que afetaram os mercados, destacam-se as preocupações com a economia dos Estados Unidos, que segue enfrentando riscos de recessão. Dados recentes indicam que a desaceleração do crescimento econômico norte-americano pode se prolongar, levando investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como o dólar.
Na Europa, a crise energética continua pesando no sentimento dos mercados. A interrupção do gasoduto Nord Stream 1, que conecta Rússia e Alemanha, levanta temores de que o fornecimento de gás natural seja suspenso por mais tempo, agravando a situação energética no continente.
Já na China, a reintrodução de lockdowns devido a novos surtos de COVID-19 impactou negativamente o mercado global. Medidas restritivas reduziram a atividade industrial e a demanda por petróleo e minério de ferro, pressionando o preço das commodities e os mercados emergentes, como o brasileiro.
Impacto nas commodities e no mercado brasileiro
O recuo no preço do petróleo e do minério de ferro trouxe perdas às grandes exportadoras brasileiras, que compõem boa parte do Ibovespa. Empresas desses setores enfrentam incertezas quanto à recuperação da demanda global e ao cenário inflacionário, o que amplia a cautela dos investidores.
Analistas apontam que a volatilidade deve persistir nos próximos meses, com o mercado financeiro seguindo atento aos desdobramentos globais. Estratégias de diversificação e investimentos defensivos são recomendadas diante do panorama atual, que ainda combina fatores geopolíticos, energéticos e de saúde pública.
A expectativa é de que o cenário se normalize ao longo do ano, mas, até lá, os investidores devem enfrentar dias desafiadores, marcados pela instabilidade e pela constante avaliação de riscos.